Consequências de se tornar cristão
Dos 29 milhões de cristãos na Índia, cerca de 60% são dalits. Para os dalits, que são marcados como proscritos, e que durante séculos suportaram discriminação e humilhação no dia-a-dia, a mensagem do Cristianismo traz a salvação. É um alívio inacreditável tomarem conhecimento de que há um Deus que sofreu, tal como eles, e que acolhe especialmente os mais pobres da sua comunidade como irmãos e irmãs em Cristo. Esta fé leva a uma transformação. Os dalits sentem-se mais fortes quando fazem parte de uma comunidade. Porém, quando os dalits escolhem tornar-se cristãos são sujeitos a ainda mais sofrimento nas suas vidas já difíceis, porque como cristãos eles enfrentam ainda mais exclusão e perseguição.
A maioria dos Católicos no nordeste da Índia (dalits na sua maioria) vive em condições deploráveis. Como trabalhadores vinculados sem terras, mal ganham o suficiente para sobreviver. Quando contraem dívidas para com os seus senhorios e empregadores, ficam reduzidos à quase total escravidão. Os esforços oficiais por parte do Estado a fim de promover pequenos negócios, introduzir pensões de viuvez e outros benefícios similares são totalmente inadequados e frequentemente redireccionados para canais de corrupção. E ao professarem a sua fé cristã, os dalits perdem todos os direitos oficiais aos benefícios sociais do Estado. Eles vivem muito abaixo do limiar de pobreza, confinados às margens das aldeias em choupanas de terra ou de palha, duramente segregados das zonas residenciais das castas mais elevadas. Eles são proibidos de entrar em qualquer templo, de beber água dos poços públicos e até de frequentar as escolas, pois o sistema de castas ainda se encontra profundamente enraizado nesta região. As mulheres são discriminadas ainda mais, não tendo qualquer voz em decisões que as afectam pessoalmente. Pelo contrário, encontram-se totalmente à mercê dos seus pais, maridos e filhos.