Os nossos projectos no Norte da Índia

A AIS apoia os Católicos no Norte da Índia, onde quase todos os fiéis – os nossos irmãos e irmãs- são dalits ou povos tribal. Ambos os grupos são bastante negligenciados, extremamente pobres e discriminados na estrutura da sociedade indiana. A Igreja Católica dá-lhes principalmente apoio espiritual através de várias iniciativas pastorais. Pois “nem só de pão vive o homem”.  Existe pobreza material, mas a fé faz a diferença. Os mais pobres subitamente sentem-se mais fortes quando se tornam parte de uma comunidade. Tal experiência é tão marcante que eles estão dispostos a fazer grandes esforços para o conseguir. Por exemplo, têm de andar várias horas ou gastar o pouco que ganham – raramente mais do que um ou dois dólares por dia – nos transportes para chegarem à igreja mais próxima. Para as famílias que vivem da agricultura, que trabalham nos campos, isso significa que têm de sacrificar-se ainda mais. Ter uma igreja ou capela perto da sua aldeia é uma graça que não tem preço. Uma capela ou igreja serve não apenas como local de encontro e de culto. É também um sinal visível de comunhão e fé partilhada. Fortalece a identidade dos Cristãos, que é tão importante para esta comunidade marginalizada mas comprometida.

A presença de um catequista na aldeia também é extremamente importante. Nesta parte do mundo, o catequista é a força vital da Igreja, especialmente para os dalits que, enquanto cristãos, sofrem ainda mais perseguição. Eles perdem os benefícios estatais que são reservados para os dalits que não são cristãos. Os catequistas são os que lideram a comunidade e dão esperança e consolação. Os catequistas estão em contacto directo com a população local. São eles os primeiros a serem envolvidos na formação da fé. Eles criam um ambiente religioso na aldeia. Os catequistas, tal como todos os seus vizinhos, trabalham nos campos.  Os seus rendimentos são tão reduzidos que têm de escolher entre comprar arroz para os seus filhos ou mandá-los para a escola. A AIS proporciona-lhes a possibilidade de assistirem a cursos de formação na fé cristã, onde também aprendem como desenvolver novas perspectivas para o seu quotidiano e para construir a sua comunidade.

Um outro pilar da Igreja Católica na Índia é um projecto conhecido por Pequenas Comunidades Cristãs. Os grupos do projecto reúnem às vezes em casas privadas, às vezes nas paróquias que os convida a vários cursos tendo como base a fé cristã. Rezam juntos, mas também partilham as suas lutas diárias e como as ultrapassar. Orientados pela Bíblia, por irmãs religiosas, padres e, especialmente, leigos com formação, as Pequenas Comunidades Cristãs são a todos os níveis uma fonte de força para os seus membros. A meta global é construir relações em que todos cuidam uns dos outros, como afirma Veronique Vogel, responsável pelos projectos da AIS na Índia. “Partilhando o Evangelho, os leigos tornam-se uma parte envolvida da Igreja e são encorajados a chegar aos outros”, explica. “Lendo a Bíblia, o valor e a dignidade de cada ser humano torna-se evidente para eles e aprendem a respeitar e a partilhar as dificuldades uns dos outros. Os membros do grupo são encorajados a identificar problemas à sua volta e a reagir de forma prática. Depois, à medida que crescem na fé e no serviço, desenvolvem um sentido mais profundo, por exemplo, do seu papel na família, do valor do casamento e da igual dignidade entre homens e mulheres, que acabam por ganhar maior confiança e uma melhor compreensão da beleza das suas responsabilidades específicas como mães. Como resultado, as Pequenas Comunidades Cristãs transformam os leigos que, através do seu testemunho e acções concretas, levam os valores do Evangelho para a sociedade.”

 O apoio pastoral da AIS às comunidades católicas no Norte da Índia inclui o envio de livros religiosos, especialmente de Bíblias, a construção de capelas, igrejas e casas para as religiosas e padres, programas de catequese e o trabalho das Pequenas Comunidades Cristãs. Todos eles contribuem para mudar a vida dos dalits de acordo com os valores Cristãos.